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Capítulo 28 - Sleep With You

Eu me sentia tão feliz. Eu tinha uma amiga incrível, e além disso, eu tinha um namorado. Isso soava um pouco estranho para mim, pois eu nunca havia nem tido uma namorada de verdade - como eu tenho Axl agora -, mas por incrível que pareça, é maravilhoso amar alguém.

Axl deitou sua cabeça sobre o meu ombro e envolvi os braços envolta dele, enquanto fechava meus olhos. Eu ainda estava cansado, ainda mais depois de tudo, que aconteceu de uma maneira tão rápida.

-Você gosta da July, não é? -Perguntou Axl.

-Gosto, William... espera, como você quer que eu chame você? -Perguntei e ele riu.

-Tanto faz, princesinha. Eu não me importo, você escolhe.

-Ah, eu já ia me esquecendo... princesinha.

Nós rimos e ele me encarou preocupado. Eu realmente amava cada detalhe do seu rosto.

-Desculpa por isso, eu sei que a July não merece nada disso. Eu fui um completo estúpido com ela.

-Tudo bem, só não faça mais isso. A July não merece, e eu entendo você também... não precisa se preocupar.

-Obrigado, princesinha. -Disse ele, rindo e eu lhe encarei.

-Você é a princesinha dessa história, não eu!

-Tudo bem, príncipe encantado. Agora, vamos para o quarto? -Perguntou Axl.

Eu assenti sorrindo e soltei meus braços dele. Axl se levantou e eu segurei em sua mão para me levantar. Assim que fiquei de pé, ele envolveu seu braço envolta do meu ombro e eu sorri.

Entramos no quarto e assim que Axl foi deitar em sua cama, eu puxei ele pelas mãos.

-O que foi? -Perguntou assustado.

-Olha ali! -Disse apontando para a sua cama e ele chegou mais perto, pois o quarto estava escuro, só havia a luz da janela para iluminar o quarto.

-É o Duff e... o Izzy? -Perguntou e eu coloquei minha mão sobre sua boca.

-É sim, mas fala baixo.

-Vamos fazer igual o Duff e vamos deixar os dois envergonhados, igual essa girafa fez com a gente! Que ainda por cima, os folgados estão na minha cama.

-Não, Axl! Está doido? Deixa os dois serem felizes. E ao contrário de nós, eles não estão fazendo nada de mais.

-E nós estávamos? -Pergunta de braços cruzados.

-Claro que sim! Você... Ah, o coitado do Duff não precisava ver aquilo.

Ele riu e disse próximo do meu ouvido:

-Então, eu vou dormir com você.

Olhei para ele e respondi:

-Não, temos o Krist no quarto. E se ele ver? -Perguntei como se Krist já não soubesse.

-Ah, se ele ver... problema dele! - respondeu, olhando para a cama de Krist. -Não, espera! Olha, parece que o Krist foi com a namorada dele fazer outra coisa.

Encarei-o assustado e olhei para a cama de Krist.

-Não, a cama é pequena! -Respondi sério e fui para a minha cama.

-Ah, Kurt! Você é um egoísta. -Gritou e eu coloquei o indicador sobre os meus lábios, pedindo a ele que ficasse em silêncio.

-Não vou! Enquanto você não parar de ser egoísta! -Respondeu ele, olhando-me e esperando um "sim".

-Olha aqui... se você deitar aqui, você cala a boca e deixa os coitados dormirem em paz?

-Sim, eu deixo! -Disse mais baixo e eu bufei.

-Ok, sobe de uma vez!

Axl riu e subiu em minha cama apressado.

-Viu só, princesinha? Você não fica longe de mim!

-Olha aqui... - respondi respirando fundo. -Faça o favor de fazer silêncio, porque eu estou cansado e a qualquer momento, eu posso te empurrar daqui de cima!

-Quieto, deixem os coitados dormirem. - Disse ele, fazendo-se de irônico e eu neguei com a cabeça.

Arrumei o meu travesseiro, pegando a coberta na ponta da minha cama e colocando sobre meu corpo.

Virei de lado, de frente para parede e senti alguém puxar minha coberta aos poucos.

Virei para o outro lado de maneira brusca e acabei vendo um Axl praticamente morto de tanto rir.

-Seu idiota, dorme de uma vez! - Disse, resmungando e respirando fundo.

-Desculpa, você é uma gracinha, Kurt.

-Obrigado, você também... - fiz uma pausa, encarando ele. -Não, você não é. Você é um chato, isso sim.

-Ah, agora eu sou chato? -Perguntou de boca aberta e eu sorri.

-Sim, princesinha. Boa noite! -Disse beijando sua bochecha e deitando novamente.

Fechei meus olhos e senti Axl mexer em meu cabelo.

-Axl, você não está com sono? -Perguntei, virando para o seu lado. Talvez estivéssemos perto demais.

Ele ainda estava encarando o teto, mas assim que me encarou, Axl sorriu.

-Por incrível que pareça, não...

-Desculpa, mas eu estou tão cansado. Eu sou péssimo mesmo. -Disse com um pequeno sorriso em meu rosto.

-Hey, tudo bem. Pode dormir. Não se preocupa. Você precisa descansar...

Olhei para ele sem dizer nada e o beijei. Por um momento, ele pareceu assustado, mas logo depois, suas mãos estavam em meu quadril.

Senti um arrepio logo que Axl abriu seus lábios, explorando novos lugares da minha boca. Eu realmente sentia a mesma sensação de quando nos beijamos pela primeira vez.

Axl subiu suas mãos para a minha cintura, puxando-me para cima do seu corpo. Apenas fiz como o ruivo queria. Segurei em seus ombros e pude sentir suas mãos de baixo da minha blusa. Ao sentir sua mão direita em meu abdômen, prendi minha respiração, e logo depois, senti seus lábios contra os meus de maneira mais intensa. Talvez aquilo não fosse apenas um beijo.

Axl segurou na barra da minha blusa, puxando-a para cima. Interrompi o beijo e apoiei os joelhos sobre o colchão, lado a lado de sua cintura e retirei a minha blusa. Senti meu rosto ferver, de certa forma, eu não era seguro em relação ao meu corpo.

-Wow! É a primeira vez que eu vejo você assim. -Disse Axl, segurando em minhas coxas.

-Eu sei, é horrível. -Respondi em um tom de voz baixo e coloquei a blusa ao meu lado.

Ele riu e segurou em minhas mãos.

-Horrível? Se isso for horrível, Deus, é a coisa mais horrível e... sexy que eu já vi em toda a minha vida.

Eu apenas neguei, sentindo um calor invadir meu corpo inteiro.

Axl entrelaçou nossos dedos e me trouxe para mais perto, novamente. Deitei meu corpo sobre o dele e Axl colocou os fios de cabelo que caíam sobre os meus olhos, atrás da minha orelha.

-Você é tão bonito e no escuro é ainda mais... Hm, como posso dizer?

-Ok, eu já entendi. Você é exagerado. -Respondi.

-Bem, sinto muito, mas com você... eu vou ser pra sempre.

Nós rimos e ele continuou com aquele beijo que eu não devia ter interrompido tão cedo. Dessa vez, eu levei minha mão por baixo de sua blusa, enquanto com a outra, apoiava sobre o colchão. Levantei sua regata um pouco acima de seu umbigo e pausei o beijo, para sentir o gosto da sua pele. Beijei seu pescoço delicadamente e tracei uma linha invisível de beijos até chegar em seu maxilar. Ele fechou os olhos e sorriu, permitindo que eu continuasse.

Beijei seu queixo e perguntei:

-Tudo bem se você tirar a blusa agora?

Axl assentiu e rapidamente, ao contrário de mim, retirou sua regata.

-Wow! - disse, tentando lhe imitar. -Você no escuro, hum... como posso dizer?

Ele sorriu, revirando os olhos. Axl se sentou sobre o colchão, puxando-me mais próximo de seu corpo. E senti seus lábios em meu pescoço. Fechei meus olhos e senti o mesmo depositar um pequeno chupão naquele local. Prendi meus lábios e suspirei, sentindo sua mão em minha cintura.

Envolvi minhas pernas envolta do seu quadril e Axl segurou em minhas pernas, em seguida, em um movimento rápido, colocou-me deitado sobre o colchão e sorriu. Ele colocou seu corpo sobre o meu, segurando em meu pescoço e com a outra mão, apoiando-se sobre o colchão. Senti um calor invadir cada canto do meu corpo assim que nossas línguas se encontraram.

Nós dois sorrimos entre o beijo e ele cuidadosamente, mordeu meu lábio inferior. Abri meus olhos e vi seu cabelo cobrir boa parte do seu rosto.

-Você não parecia ser tão bom assim, quando eu te conheci. -Disse Axl, sorrindo.

E sim, eu poderia me derreter por completo, só de vê-lo daquela maneira.

-As aparências enganam, princesa.

-E eu adorei ser enganado esse tempo todo. -Disse em um sussurro e senti um longo arrepio.

Segurei em seu queixo e o puxei para mais perto, inclinando para frente e dessa vez, beijando seu pescoço de maneira que o ouvi arfar. Com a língua e os lábios, explorei cada pedacinho daquele mesmo lugar em que depositei um longo beijo. Fiz movimentos delicados com a língua, enquanto, ao mesmo tempo, com os meus lábios, fazia movimentos mais intensos em seu pescoço.

-Kurt... - Disse ele de uma maneira que parecia estar sem respirar a um bom tempo.

-Sim? -Perguntei, retirando os meus lábios de seu pescoço e observando-o. -Está tudo bem?

Ele assentiu e molhou os seus lábios, então eu sorri.

-Por que nós dois demoramos tanto? -Perguntou Axl.

-Acredite, valeu a pena. -Disse, e ele abriu seus olhos com a respiração totalmente sem sincronia.

-Sim, cada segundo que eu imaginei. Não sabe como... valeu a pena.

-Eu sei sim, eu também imaginei.

Senti mais uma vez o leve gosto de cerveja, misturado com cigarro, e poderia jurar que havia adorado a mistura. Fechei meus olhos, que antes estavam pesados, e agora, meu corpo podia enviar ondas de calor a cada toque que eu recebia de William. Mas até agora, o que eu mais gostei foi o seu gosto que invadiu meus lábios de maneira consideravelmente frenética, ou louca, como preferir. Ele apoiou os cotovelos no colchão e levei minhas mãos até seu cabelo, descendo minha mão direita até sua nuca. Podia sentir choques invadirem meu estômago de uma maneira tão estranha, mas talvez fosse o amor.

-Eu te... -Disse entre o beijo e parei bruscamente, tornando-me consciente do que estava falando.

Axl parou de me beijar e ficou de boca aberta. Tirei minhas mãos do seu cabelo e senti minhas bochechas esquentaram, os choques e a dor em meu estômago só pioraram. Ele imediatamente percebeu e beijou minha testa, sussurrando em meu ouvido:

-Eu também te amo.

-Isso não foi cedo de mais? -Perguntei baixo e ele negou.

-Não, meu amor... não foi.

Sim, Axl havia me chamado de amor e eu disse com um sorriso de orelha a orelha:

-Eu te amo.

Aquilo poderia ser cedo, mas nunca saberíamos o dia de amanhã e muito menos se a palavra cedo, na realidade, fosse apenas tarde mais.

Lábios contra lábios. E envolvi meus dedos em seu cabelo, enquanto acariciava sua nuca delicadamente. Coloquei minha língua contra a sua e o beijo diminuiu de intensidade, o que me fez explorar cada canto de sua boca, como eu deveria ter feito cedo ou tarde demais. Sua mão esquerda apertou meu quadril, e logo em seguida, foi até o cós da minha calça. Parei de respirar por alguns segundos, até suas mãos irem para o botão da minha calça. Suspirei involuntariamente.

Axl, devagar, abaixou o zíper da minha calça e, assim, levei minha mão até sua cintura, inclinando meu rosto para o lado esquerdo e puxando alguns fios do seu cabelo, o que lhe fez colocar sua mão por dentro da minha calça. Contraí meus ombros e arqueei levemente meu tronco. Seus lábios desceram para o meu peito e pude ouvir nossas respirações sem sincronia, buscando por ar.

Senti seus toques e beijos. Agora, era como se estivesse sentindo todo o ar envolta de nós desaparecer, nada mais importava. Era diferente. Não era o simples fato dele ser um garoto, mas era diferente, porque eu tinha a certeza de que o amava.

-Axl... - disse, prendendo meus lábios para fazer o menor barulho possível. -Sim... sim.

Eu não queria que ele parasse. Eu apenas desejava sentir cada beijo, cada toque, cada coisa que ele me proporcionava. Senti seus lábios tocarem em meu pescoço e descerem até a minha barriga, onde eu senti um arrepio. Segurei em seu braço que estava apoiado sobre o colchão e senti sua mão puxar minha calça para baixo. Axl a tirou por completo e me beijou, não só com amor, mas com desejo.

Ouvi o silêncio que a noite exalava e apenas apreciei o som de dois garotos apaixonados que finalmente podiam sentir o gosto de um beijo que aconteceu tarde demais.

Envolvi minhas mãos em seu cabelo, talvez deixando-o completamente descabelado e beijei sua bochecha, descendo para o seu maxilar, onde senti sua barba recém-cortada. Beijei seu pescoço e passei o indicador sobre sua bochecha.

-Você é linda, princesinha. -Disse, dando-lhe um pequeno beijo e o vi sorrir. Não pude deixar de me conter e acabei fazendo o mesmo.

Axl se deitou ao meu lado, encarando-me, enquanto passava seu indicador sobre meus lábios. Fechei meus olhos, consequentemente rindo, nós estávamos felizes.

Axl colocou sua mão esquerda sobre minha cintura, onde senti seu indicador fazer movimentos circulares naquela região.

-Por que você ficou com vergonha de quando eu vi você sem a camisa? -Perguntou ele, colocando seu rosto mais próximo do meu e eu me ajeitei para sentir o calor do seu corpo mais perto.

-Eu não sei. -Disse simplesmente.

-Você tem vergonha do seu corpo? -Perguntou Axl, sério.

-Eu não sei... talvez.

-Por quê?

Olhei para ele, pois até agora, sentia-me frágil e um completo perdedor para olhar em seus olhos. Eu sabia que não havia um porquê de sentir vergonha, mas eu sentia.

-Eu só... não sei, desculpa.

-Tudo bem. - disse Axl, beijando-me delicadamente. -Mas você é linda, princesinha.

-Bobo... -Sussurrei, deitando sobre o seu peito e fechando os olhos.

Abracei-o forte e senti sua mão em meu cabelo, enquanto ele puxava alguns fios devagar e eu podia ouvir sua respiração.

-Boa noite, princesinha. Você consegue dormir agora? -Perguntei.

-Sim... -Disse com um sorriso no canto dos lábios.

Fechei meus olhos, mas o sono havia desaparecido.

-Merda. -Resmunguei irritado.

-O que foi? -Perguntou ele.

-Você fez meu sono ir embora, eu odeio você. -Disse e Axl riu.

-Odeia, é? -Perguntou ele, cerrando os olhos.

-Sim, muito! -Disse em um sussurro.

Axl me encarou e começou a fazer cócegas em mim.

-Não! Axl, isso é... - disse rindo, enquanto buscava por ar. -Meu ponto fraco, para!

-Não, até você assumir que não me odeia! - disse ele, rindo de mim e do meu desespero.

-Eu não vou assumir! - gritei, tentando desviar dele e rindo como criança.

Ou melhor, éramos definitivamente duas crianças agora. Fazia muito tempo que não ficava feliz dessa maneira.

-Então eu não vou parar! - Gritou Axl, deitando sobre mim e prendendo meus braços com uma mão.

-Axl! Para! - repetia inúmeras vezes, cada vez rindo mais alto, enquanto tentava empurrá-lo com os meus pés.

Mas nada adiantou, até Axl gritar, colocando a mão sobre a cabeça:

-Ai!

-Tudo bem? -Perguntei, preocupado e sentando na cama.

Ele se sentou de frente para mim e repetiu:

-Ai! Isso doeu!

-O que foi, Axl? -Perguntei impaciente, não estava entendendo absolutamente nada.

-Alguém bateu em minha...

-Duff! - gritou uma voz masculina, mas ainda não havia reconhecido de quem era, apesar de não ser estranha. -Acorda, olha isso!

-Izzy? -Perguntou Axl, tentando identificar se era o mesmo.

-O que foi, Stradlin? -Perguntou Duff, levantando com preguiça e desânimo.

-Deus! Você... e o... - Izzy se aproximou de mim, tentando ver se era quem ele aparentemente pensava. -Kurt! -Gritou com as mãos na cintura.

-Ah, agora você foi a vítima? - perguntou o baixista. -Bem, eu já fui a vítima também. Pelo menos dessa vez eles estavam no escuro, menos mal...

-Como é? Vocês dois estavam... - disse o moreno, mas completou rapidamente: -Não! Não me digam! Michael, melhor irmos...

-Mas é meu quarto. -Disse Duff em um tom baixo, para não ser rude.

Axl desceu da cama, acendendo a luz, o que fez os olhos de todos nós arder. Cocei meus olhos para acostumá-los com a claridade.

-Espera aí! Primeiro: eu e Kurt não estávamos fazendo nada demais, apenas estávamos... - fez uma pausa. - Brincando. E segundo: você e o Duff também estavam dormindo como princesas quando entramos, não venham mentir.

Izzy olhou para Duff, porém, o loiro apenas deu de ombros e cruzou os braços. Logo depois, afirmando com a cabeça.




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