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Capítulo 1 - First Day - Right Next Door To Hell



Como começamos a contar a história de cada garoto? Se você não faz a mínima ideia, eu é que não vou fazer, não é mesmo? Bom, não se preocupe meu caro leitor, até o fim você vai entender cada adolescente que passará sete ou mais dias na escola infernal de Ozzy Osbourne.

Se você é ou foi um adolescente sabe muito bem o quão entediante e divertido pode ser essa fase de grandes "mudanças", estou me sentindo um grande idiota dizendo isto, então, vamos para o mais importante, os doze garotos: Kurt, William, Daniel, Tyler, Joshua, David, Krist, Saul, Jeffrey, Michael, Layne e Steven que acabou se nomeando assim para ter uma identidade de um homem fora da lei. Uma grande besteira, meu ponto de vista.

Agora que já sabe os nomes dos doze garotos é melhor contar para você como pararam nesse universo paralelo. Como estava dizendo esses pequenos, alguns nem tanto, e incontroláveis garotos são só mais alguns rebeldes passando pela fase da "aborrecência", eu sei todos nós odiamos essa palavra. Assim, eles sempre foram meninos normais apaixonado pelo bom e velho Rock, porém, eram os garotos mais diferentes de Seattle que alguém teve a oportunidade de conhecer. Alguns depressivos, outros exibidos, outros calados, outros inteligentes e alguns apenas vivendo e deixando essa fase ser o que tiver que ser, acho que me entenderam, certo? Contudo, eles tinham um potencial para uma coisa... Música, guitarras, baterias, baixos, voz ou qualquer outra coisa que você conheça no mundo musical.

Mas por quê? Por que eles foram escolhidos, só por serem bons? Não, Ozzy, o temido professor das trevas sabia que eles tinham potencial para ser mais do que músicos e sim estrelas. E não é só isso, todos eles têm inúmeros problemas com seus pais, sendo eles: brigas, discussões, inseguranças, falta de apoio, convivência difícil. Por estes motivos, Osbourne escolheu eles. Doze garotos.

Tudo começou em uma segunda-feira quando Kurt e Daniel iam para o pior terror de suas vidas: escola. Ocorreu enquanto os cinco garotos inseparáveis iam até o lugar que mais arrumavam problemas, aconteceu enquanto Layne, Krist e Dave planejavam ideias para o final de Return of the Jedi, cenas que poderiam ser acrescentadas, entre outras coisas. Quando Josh e Tyler, mostravam as músicas novas que haviam composto, descoberto, para o outro. E assim os doze garotos caminhavam até suas escolas e corriam contra o tempo.

Agora como Ozzy levou eles até lá? Com propagandas no rádio? Não. Com folhetos? Não. Magia! Magia foi a maneira mais rápida e divertida que o professor das trevas encontrou para entretê-los. Com seus feitiços e magias, Ozzy tele transportou os meninos até lá, foi algo rápido e sem dor, talvez nem tanto, pela forma que caíram naquele lugar, literalmente.

Uma luz surgiu na frente dos olhos de cada garoto, fazendo todos eles olharem aquilo espantados e admirados, só se encontrava aquilo em filmes. E assim que se interessavam pela luz ela se tornava escura puxando-os para dentro dela e jogando eles em uma espécie de buraco-negro.

Kurt e Daniel foram os primeiros, assim que caíram no chão e param de gritar para tentar entender onde estavam, deram de cara com algum tipo de castelo, porém, não era como o castelo da Cinderela e sim, da bruxa má. Se encararam e Cobain perguntou:

— Mas que merda é essa?

Daniel olhou para aquele castelo e respondeu, totalmente nervoso:

— O inferno. Provavelmente. Morremos cedo, não acha?

— Acho, puxa, pensei que iria ouvir mais álbuns do Zeppelin — Respondeu Cobain batendo em suas calças e sentando no chão.

— Estou decepcionado. Achei que seria mais bem recepcionado. Onde temos que ir agora? — Pergunta Daniel levantando e dando sua mão direita para Kurt ter apoio e levantar-se em seguida.

— Eu não se...

E foi quando o garoto ia terminar sua resposta, cinco novos surgiram gritando, da mesma forma que os loiros minutos atrás. Quando o moreno caiu em cima do ruivo, ele gritou, resmungando:

— Sai de cima de mim Isbell!

Em seguida um loiro, perguntou:

— Porra, onde estamos?

— No inferno! — Responde Daniel, cruzando seus braços.

— Merda! Já estamos mortos e eu não peguei a Elizabeth da sala quatro. — Disse o moreno de óculos escuro levantando e olhando para o castelo.

— Deus realmente não gosta da gente. — Falou Isbell colocando as mãos na cintura e coçano os olhos.

— Quem são vocês? — Pergunta o loiro de quase dois metros, apontando para os garotos que haviam chegado primeiro.

— Eu sou o Kurt e provavelmente estou morto, assim como todos aqui!

— Eu sou o Daniel e devo estar morto, eu acho. E você?

— Eu sou Michael, mas podem me chamar de Duff. Prazer em conhecê-los, eu acho — Responde cumprimentando os loiros que fizeram o mesmo, sorrindo.

— Meu nome é Saul e tamb...

Mais uma vez um garoto foi interrompido, gritos e cinco garotos novos caindo.

— Krist, cuidado! — Falaram Layne e Dave, tentando se ajeitar e levantar o amigo.

— Desculpa gente. Ai, minhas costas! — Disse levantando, enquanto os outros garotos faziam o mesmo.

— Caralho, quem é essa gente toda? Morremos no mesmo dia, que demais! — Falou Steven olhando para todos os lados.

— Stee! Essa porra não faz sentido, quem são vocês? — Perguntou William tirando o cabelo dos seus olhos e levantando.

— Eu sou Krist – Responde o garoto indo até eles.

— David! Ou Dave. – Ele completa junto com o amigo, indo na mesma direção.

— Layne — Fala cumprimentando Daniel e Kurt.

— Joshua! Mas podem me chamar de Josh. – Diz fazendo o mesmo e todos olharam para o seu cabelo rosa, de forma que deixou-lhe envergonhado.

— Tyler — Falou o menino tímido se juntando a roda.

— Meu nome é William e não sei onde estamos — Disse o ruivo olhando para cima, com a testa franzida.

— Isso é magia negra, ou algo do tipo? — Pergunta Saul arqueando as sobrancelhas.

— Provavelmente — Fala Joshua dando de ombros. — Mas a luz era branca, certo?

— Certo. — Todos responderam.

— Magia negra, não iria usar uma luz clara e não pararíamos em um castelo, apesar de ser assustador, não iríamos cair em um lugar agradável como esse, não acham?

— É Joshua, faz sentido, mas quem faz a magia negra não iria utilizar uma luz assustadora que nos fizesse afastar. Não ficar admirados como eu e Daniel ficamos. — Responde Kurt.

— Pode ser, mas então por que ninguém está aqui? — Perguntou Tyler.

— Bu! — Disse um homem de roupas escuras, sussurrando.

Assim que todos olharam atrás de Jeffrey, havia um homem, aparentemente devia ter sessenta anos ou mais. Quando os garotos focaram naquele homem estranho e esquisito, ficaram encarando-lhe.

— Eu não sabia que o diabo era bonitinho. Imaginei ele de outras formas. — Fala Steven, fazendo todos rirem, menos ele, o homem das trevas.

— Há! — Repetiu ele mais uma vez e nenhum daqueles adolescentes entenderam, o que queria dizer ou causar à eles. — Crianças idiotas... não estão assustados?

— Não — Respondem confusos.

— Droga, magia idiota. — Ele resmunga batendo os pés no chão e tossindo. Os garotos curiosos ficaram reparando em suas roupas pretas, na cruz pendurada em seu pescoço e o lápis preto em seus olhos, uma aparência assustadora para alguns e para eles, engraçada, nova e interessante. — O que minha cara tem? Vão ficar olhando para ela?

— Não, é que seu lápis está borrado. — Responde Layne passando as mãos em seus próprios olhos, tentando mostrar o local borrado.

Os garotos caíram na gargalhada e assim que o homem do lápis borrado encarou eles, com a fúria nos olhos, estralando seus dedos, todos se calaram, se entreolhando com medo e engolindo seco.

— O meu lápis está borrado? — Perguntou ficando mais próximo do loiro, e assim rapidamente se afastou rindo. — Doze idiotas e medrosos. Querem um cházinho?

— Tudo bem, eu aceito! — Respondeu Duff.

— Cala a boca idiota! — Disse Jeffrey repreendendo-lhe e batendo em sua nuca, com um tapa forte.

— Não bate em mim! Eu mato você. — Falou colocando a mão sobre o local que ardia e fechando seus olhos.

— Eu odeio crianças — Resmungou o homem misterioso que estava causando uma pontinha de curiosidade em cada garoto.

— Se você odeia crianças, por que trouxe a gente aqui? — Perguntou Kurt.

— Caro garoto, escute bem, tem certeza que eu trouxe vocês aqui, que usei magia negra? — Pergunta levantando as mãos para o alto e balançando-as. — Dois, você são crianças por acaso?

— Desculpa...

— Olha aqui! — Gritou o ruivo, indo mais próximo dele e fechando a cara, tentando deixar-lhe assustado, porém, falhou. — Qual a brincadeira? Estamos com fome, sede e queremos diversão, não um castelo do demônio.

— Garoto estérico, escute bem... Eu não sou o demônio. A não ser que me irrite, o que não é tão difícil e se quiserem entender tudo isso, entrem comigo no castelo da bruxa má.

— Espera aí... Você é um bruxo? — Perguntou Saul fazendo ele parar e olhar para trás, com um sorriso sarcástico no rosto.

— Você é menina? — Pergunta ele fazendo os outros rirem baixo. — Você é?

— Não! — Respondeu rápido e irritado.

— Então, entrem. Eu não mordo. Talvez, algumas vezes. — Disse arrumando seu terno e sua cruz, alinhando corretamente e andando com eles até a porta do castelo.

Todos resolveram seguir aquele homem, não havia escolha, William e Duff foram logo atrás daquele estranho, Jeffrey, Saul e Steven logo depois. David, Kurt, Krist sussurravam coisas andando logo atrás dos outros garotos, enquanto isso o rosto de Layne estava pálido. Daniel e o menino pálido ficaram no fim da fila, assim como Joshua e Tyler que acabaram discutindo sobre alguns pontos malignos, teorias do porquê daquele lugar.

Assim que você entrar nesse lugar, a impressão é assustadora. Contém um portão imenso e logo depois poderá ver o castelo, assim que abrirem as grades há um caminho de pedras, que parece ser extenso, envolta também há uma grama seca e algumas flores mortas. Tem um cheiro ruim mas nada intolerável, o que não incomodou tanto os garotos, pelo fato de que Seattle não era tão limpo como parecia.

Finalmente estavam perto do castelo temido e gigantesco, quando Ozzy subiu as três escadas parando de frente a porta de madeira marrom grandiosa, fazendo ela se abrir, o barulho era alto, a porta era totalmente velha e enferrujada.

— Bem-vindos à escola infernal de Ozzy Osbourne. Crianças... – Gritou abrindo os braços e virando de frente para os garotos, com uma risada alta e maluca. O que consequentemente, causou a risada de alguns garotos.

– Esse lugar é... – Fala Steven de boca aberta olhando cada detalhe. – Melhor que o castelo da rainha Elizabeth.

– Ela ainda não está morta? – Pergunta Osbourne, cruzando seus braços.

– Está, não está? – Perguntou Duff.

– Lógico que não seus idiotas, ela ainda está vivíssima. – Respondeu Jeffrey, rindo.

– Esqueçam essa rainha e vamos! – Disse se virando de costas para os meninos e andando naquele tapete vermelho, com a postura totalmente certa e um rosto sempre mal.

Todos acompanharam Ozzy que não dizia uma palavra se quer, somente suspirava e mantinha a pose de mal.

Quando William foi tentar pergunta algo mais uma vez, ele intemrrompeu-lhe gritando:

Right Next Door To Hell!

Sem entender os garotos, tentaram perguntar algo, mas o homem das trevas encontrou uma forma de calar cada um deles, com a sua magia.

Ninguém dizia uma palavra se quer, tentavam e tentavam, gesticulava com as mãos e Osbourne permanecia rindo. Até que finalmente abriu a porta de uma sala, a porta era minúscula, os meninos mais uma vez tentaram demonstrar que não entrariam ali. Assim que Ozzy fechou seus olhos e levantou sua mão direita dizendo duas palavras:

– A porta.

Todos se afastaram para trás, Steven e Duff medrosos desde de sempre, colocaram a mão em seus olhos e se esconderam atrás de Jeffrey e Saul.

– Saiam daí, suas mulherzinhas! – Disse William puxando os dois para o lado e segurando em suas blusas.

– Eu não estava com medo. – Falou Duff erguendo a cabeça e batendo os pés no chão.

– Estava com o quê? – Perguntou Isbell.

– É... Apenas estava achando aquilo diferente.

– Crianças! – Disse o professor fazendo todos se calarem e voltarem seus olhares para ele, totalmente concentrados. – Entrem na sala, em silêncio e sem nenhuma pergunta.

Ele levantou suas mãos e elas fizeram a minúscula porta aumentar rapidamente, os garotos totalmente assustados, se calaram, até mesmo respirando baixo e entrando em fila, um por um. William, Saul, Steven, Jeffrey, Michael, Daniel, Kurt, Krist, David e por fim Joshua, Tyler e Layne.

– Ele é um bruxo mesmo! Eu sabia! – Sussurrou Steven parando encostado na parede.

– Qualquer um sabe disso, Adler! – Falou William sussurrando mais alto.

– Olhem só... Doze garotos, ou melhor sete. Vocês cinco, não dizem nada? – Perguntou apontando para Daniel, David, Krist, Tyler e Joshua.

Eles apenas negaram com a cabeça e Ozzy soltou uma risada, dizendo:

– Primeiro eu preciso saber o nome de vocês...

– Você, não sabe nossos nomes? – Pergunta Dave.

– Caladinho, você fala também! Que maravilha, era melhor quando estava de boca calada!

David revirou os olhos, e se calou mais uma vez. E ele prosseguiu:

– Eu não me interesso por nomes, mas preciso saber, ou preferem que eu mesmo nomeie cada um de vocês?

– Não! – Gritaram em sincronia.

– Vamos começar pelo estressadinho e depois vai indo, rápido...

– William.

– Steven.

– Nome Steven. Nome... – Falou suspirando e Steven se espantou.

– Como você sabe? – Perguntou.

– Ande, diga seu nome! – Respondeu irritado e batendo sobre a mesa de madeira que ficava no meio das carteiras e encostada no quadro negro, aterrorizante.

– Desculpa, Michael. Michael.

E assim o moreno prosseguiu dizendo seu nome:

– Saul.

– Jeffrey.

Duff com medo e com a voz trêmula falou:

– Mich-Michael.

– Mich-Michael? Isso é nome? – Perguntou com ironia e rindo do medo estampado em seu rosto.

– Michael – Falou mais alto e tentando não demonstrar o nervosismo.

– Daniel.

– Kurt – Disse ele olhando para os seus sapatos e cruzando suas pernas.

– Olhe para mim e pode ir desencostando da parede. – Falou Osbourne apontando para o garoto loiro, que desencosta da parede, porém, não olha em seus olhos.

– Qual seu problema? – Pergunta afastando a mesa, se levantando e indo em sua direção, com uma cara assustadora, Duff fechou seus olhos contraindo sua barriga.

– Nenhum, por que haveria? Estamos mortos. O inferno! Ele pode ser divertido. – Respondeu Cobain balançando suas mãos, como Ozzy havia feito um pouco antes.

– Cuidado, muito cuidado Kurt Donald Cobain.

– Ótimo, agora já sabe meu nome inteiro. Acho que podemos ser melhores amigos, não podemos?

– Podemos, podemos. – Respondeu ele sorrindo sarcasticamente, e segurando em seu terno. Virou-se de costa em uma forma brusca, fazendo aquela espécie de capa que usava girar em um movimente de 180° graus e fazer um barulho esquisito.

Duff coçou os olhos e respirou fundo, tentando não gritar, ele realmente se sentia no inferno.

– Continuem... – Ordenou sentando devagar e batendo seus dedos sobre a mesa, enquanto com a mão esquerda apertava a ponta de uma caneta com fúria.

– Krist.

– David

– Joshua.

– Tyler...

– L-Layne. – Disse tossindo e desviando seu olhar.

– Lápis borrado, garoto calado e outro de cabelo colorido. Dariam um trio perfeito, não acham? – Pergunta com um tom de provocação, Tyler como sempre não se importando com nada a não ser suas músicas e Josh, deu de ombros, olhando para cima.

Insatisfeito com a "resposta", prosseguiu perguntando à Joshua:

– E você cabelo rosa? O que acha?

– Acho interessante.

– Lápis borrado? – Pergunta ironizando e apontando para o rosto de Layne, que ainda sentia suas pernas tremerem.

– Seria interessante. Ó-Ótima idéia.

– Obrigado... – Disse levantando-se e desaparecendo com a caneta com um simples sopro. Ele bateu uma mão na outra e com os braços cruzados riu, causando um espanto nos garotos assim que foram colocados em sua carteiras em segundos.

Nenhum deles havia pedido para sentar, ou algo do tipo. Ninguém moveu uma perna e já estavam corretamente sentados e colocados em seus devidos lugares.

O ruivo ainda muito desconfiado, fechou a cara e observou Ozzy por alguns instantes, respirando fundo. Tomou coragem e perguntou:

– Qual o seu nome? Não pode ser Ozzy Osbourne... Deve ser uma farsa, não é possível! Qual o seu nome de verdade? Em?

– Meu nome? Por que ele interessa para um garoto como você?

– Porque você simplesmente deve algumas explicações à nós.

– William tem razão. Eu não concordo com as pessoas que acabei de conhecer, mas dessa vez ele está correto. – Falou Cobain, que teve olhares voltados para ele e um sorriso de agradecimento vindo de Rose.

O temido professor olhou os dois garotos e respirou fundo, dizendo:

– Vocês irão ser os alunos mais insuportáveis e infelizmente curiosos que passaram por aqui... Odeio essa turma a partir de agora.

– Como sabe que eu e Kurt somos os piores?

– William, qualquer um sabe que você é o mais espertinho do seu grupo de amigos, sendo assim o pior. Os espertalhões são sempre os mais terríveis.

– Isso não justifica absolutamente nada. – Disse Kurt respirando fundo.

– Ache o que quiser, eu não me preocupo! – Osbourne respondeu. – Todos já se apresentaram?

Os meninos afirmaram com a cabeça e Ozzy se levantou, "sorrindo" e rindo em seguida, do rosto de Duff. Ele ainda estava com medo e tentava tampar seus olhos.

– Michael McKagan, eu adorei você! – Falou apontando para o loiro que tirou as mãos de seus rostos devagar, tentando respirar fundo e se controlar.

– Isso é bom? – Perguntou com uma esperança de diminuir seu medo.

– Isso é terrível, pior do que você está imaginando agora. – Respondeu ele apoiando suas mãos sobre a mesa e olhando o rosto de cada garoto. Segundos depois apontou para Tyler que olhava para o canto da sala, observando a cruz pendurada e os desenhos assustadores naquela sala.

A definição perfeita para aquela sala seria: Satânica. Não era uma sala comum, era gigantesca, as carteiras pretas e o quadro negro, as paredes vermelhas, um vermelho sangue, para ser mais específico. Cruzes por todo lado, escritos nas paredes com uma tinta borrada dizendo: I feel I've lost my spirit and sold my soul. Quase não se via o teto e quando levantava sua cabeça para cima e via o fim daquela sala terrível, havia um teto pontiagudo, como tinham visto antes de entrar no castelo. As carteiras no meio da sala, colocadas corretamente, em alinhamento.

– Continuando... – Disse andando de um lado para o outro, com os passos largos e mexendo em sua cruz. – Eu tenho que ser agradável mas não serei. Vocês são os piores filhos do Satã que já conheci.

– Uma pergunta... – Fala Steven levantando sua mão direita e batendo seus pés sobre o chão.

– Calado, eu não terminei. – Respondeu parando com as mãos na cintura e arregalando os olhos, o que fez Adler se encolher e abaixar sua cabeça. – Obrigado. Agora... Todos vocês irão ficar sete dias comigo. Ah propósito não digam uma palavra enquanto explico o que fazem aqui, porque se não... – Ele faz uma pausa, tirando de seu terno um isqueiro e acendendo o fogo, assim que eles observaram aquilo, totalmente focados e curiosos, Ozzy assoprou o fogo e fez apenas uma fumaça sair dali. Para confirmar sua magia, ele acendeu o isqueiro mais uma vez, porém, nada saiu dali, nem uma faísca.

Todos afastaram seus rostos e disseram em coro:

– Uau!

– Magia – Sussurrou abrindo seus braços. – Eu perdi meu espírito e vendi minha alma. – Gritou ele, fazendo William e Saul se olharem com medo de Osbourne. – Sete dias, sete dias apenas, e se não fizerem o necessário até a morte de vocês.

– Tecnicamente já não estamos no inferno? – Pergunta Krist.

– Cala a boca, Chris! – Responde Dave batendo em seu ombro.

– Obrigado Grohl! – Disse sorrindo para o garoto e encarando Krist, logo depois. – Como estava dizendo... Eu trouxe vocês aqui porque acredito que todos têm um potencial imaginável para fazer música. Pode parecer estranho garotos horríveis como vocês...

– Ei, eu não sou horrível! Sou lindo. Mamãe me disse. – Falou Duff, arrancando risadas nos doze garotos.

– Pelo amor de Deus! Calem a boca! Vocês não ouvem? Eu não estou tendo paciência, principalmente com você Michael. O medrosinho trocou as fraldas agora e se acha homem suficiente? – Pergunta dando três passos em sua direção e abaixando seu corpo, ficando cara à cara com ele.

– Desculpe, só estava brincando... – Respondeu abaixando seu olhar, para suas mãos, que tremiam.

– Brincadeiras trazem consequências, você acha que quando eu digo a palavra magia eu estou brincando?

– Não, não acho. Desculpe...

– Ótimo, eu também não acho. Tenho certeza! E já vá anotando... eu odeio a palavra acho. Todos aqueles que acham, pouco sabem. Não se esqueça disso, crianças... – Disse batendo duas vezes no topo da cabeça do loiro, que fechou seus olhos e sentiu suas pernas tremerem.

Ele voltou à posição inicial, parando em frente aos garotos e prosseguindo:

– A música... ah a música! Incrível. Todos vocês gostam de música. Ou são uma espécie de bonecos humanos? – Falou erguendo as sobrancelhas e os garotos sorriram. – Por esse motivos, não trouxe vocês ao inverno. E eu não sou o Diabo, não se preocupem. Sou só um primo distante em um universo paralelo. Acredito eu. Mas... Nem tudo são sangues, como eu sei que vocês são bons, terão que se juntar e criar uma música excepcionalmente incrível, que agrade meus ouvidos. Se conseguirem, saíram daqui em sete dias, mas se não... Sinto-lhes informar, viverão comigo para sempre nesse lugar infernal e precioso. Vocês não precisaram se preocupar em como farão isso, até porque, eu mesmo irei ensiná-los. Além disso, darei dicas para o uso dos instrumentos, as vozes que acreditem ou não, alguns aqui são incríveis. Os pestes são os melhores. – Disse suspirando, fazendo Kurt e Axl se encararem e abrirem um sorriso de canto em seus rostos. – Contudo, não poderão sair daqui. O lugar de vocês é aqui, uma semana, sete dias. Nada mais. Perguntas?

Todos levantaram a mão, aparentemente assustados e confusos.

– Garoto lápis, qual sua pergunta?

– Queria saber, onde vamos dormir, comer? Sabe... – Perguntou levantando os ombros.

– Claro, eu iria falar sobre isso... Vocês irão dormir em dois quartos, quero dizer... seis em cada um. A comida irá ser apenas três vezes ao dia. Alguma pergunta a mais? Garoto do lápis...

– Não, obrigado.

– Garoto tímido – Falou apontando para Tyler.

– Nós vamos ter todos os instrumentos? Você têm todos eles? Quero dizer o senhor...

– Bom, sim. Não se preocupe. – Respondeu e o menino sorriu agradecendo, pela resposta. – Agora, sem mais perguntas. Ah e obrigado pelo senhor, mas não use mais, nunca mais, certo?

– Ei, mas e as garotas? – Pergunta Saul, William, Krist e Dave, abaixando suas mãos.

– Pelo o amor de meu pai! Parem! Vocês são idiotas? Vocês não estão na cidade do paraíso, ou no paraíso em si...

– Estamos mortos, literalmente. – Sussurrou Duff.

– Exatamente! Mas calem a boca e vamos começar de uma vez!

– Espera aí. – Disse Daniel. – Eu estou com fome.

– É, eu também. – Falou Josh.

– Estamos famintos. – Completou Kurt.

– Droga! Andem, vamos comer! – Disse Ozzy abrindo os braços e todos se levantaram. – Right Next Door To Hell! – Gritou e a porta se abriu.

Os garotos sorriram admirados e em fila foram seguindo Osbourne.

– Esse lugar é maneiro! – Fala Steven, ainda admirado e rindo.

– É mesmo – Completa Isbell.

– Crianças, o refeitório. Seja lá, como chamem... Fica aqui! – Disse apontando para a porta escura e alta que ficava a esquerda do corredor comprido.

– Tá, essa é a porta? – Perguntou William, olhando para seu professor.

– Não, são os miolos da minha mãe! – Respondeu, sarcástico. Fazendo os garotos rirem e o ruivo revirar os olhos, pisando no pé de Saul.

– Filho da mãe! – Gemeu de dor, agachando.

– Ótimo, entrem. – Falou se afastando para trás e deixando a porta se abrir. – Apreciem o refeitório de vocês.

Todos estavam com medo daquela cozinha gigantesca, idêntica a sala de aula que estavam segundos atrás, porém, com uma mesa gigantesca e utensílios de cozinha. Os pratos, talheres, simplesmente tudo era preto e vermelho. Ele era péssimo na decoração. Caminhando devagar e com um receio, analisando e encarando cada detalhe do lugar, os meninos sentaram na mesa. Olhavam embaixo dos pratos, mexiam nos garfos, passavam a mão sobre a superfície dos corpos, mexiam com cuidado em cada coisa. Assim que Ozzy Osbourne viu aquela cena, soltou uma gargalhada assustadora, se divertindo ainda mais.

– Vocês são burros? Não enveneno essas coisas...

– Espera aí! – Disse Steven olhando torto para Osbourne, que cruzou seus braços e respirou fundo. – Quem disse que você não pode ter envenenado a nossa comida?

– Coma e veja por si próprio! – Respondeu.

Famintos e medrosos, optaram comer. Apesar da insegurança e receio que estavam sentindo resolveram experimentar a comida. Alguns minutos depois algo surgiu nos pratos dos doze garotos, com uma fumaça branca. Os meninos tossem e pegam seus talheres. Assim que Saul dá a primeira garfada, todos olham para ele, com receio e alívio. Ele estava bem.

– Uau! Você é corajoso. – Falou Krist olhando para a bebida que estava em seu copo.

Aquele líquido era estranho e cheirava mal, porém, Duff sem pensar duas vezes virou o copo e deu três goladas. Colocou o copo sobre a mesa com força e quando finalmente iria falar algo... começou a cuspir sangue. Sua boca estava completamente suja.

– McKagan que nojo! – Gritou Axl limpando suas mãos que haviam sangue do qual o loiro tinha cuspido.

– Droga, o Duff está mal! – Disse Isbell segurando em seu braço.

– O que ele tem? – Perguntou Kurt preocupado e se levantando.

Todos estavam assustados e olhavam para McKagan com desespero, as mãos do loiro suavam e ele estava pálido. Saul e Jeffrey levantaram Michael, levando ele até algum lugar confortável.

– Merda, faz alguma coisa! – Falou Adler indo em direção a Ozzy. – O que você fez?

– O que eu fiz? – Pergunta sarcástico e mantendo a postura de mal, com um sorriso maléfico no rosto.

– É, você é doente, ou o quê?

– Steven, chega. – Disse William segurando ele e puxando-o para trás.

– Chega? Will, o Duff pode morrer! Você é um egoísta mesmo!

– Egoísta? Droga, Stee! Eu só quero te ajudar. Você não vê? Ele usou magia, seu idiota! Agora... temos que desfazer esse "feitiço".

– Como William? Como?

– Eu não sei, aquele homem é um monstro!

– Seu bixinha, eu resolvo isso...

– Steven! Para! – Falou segurando em seu braço. – Espera! Você enlouqueceu?

– Me solta! Me solta... – Disse empurrando o ruivo, com força.

– Puta merda, para de ser babaca! Me escuta!

– Babaca? Vai se ferrar!

– Steven! Chega... Ele pode matar a gente.

– Você é um medroso mesmo, não é?

– Lógico que não.

– Então, eu mesmo faço.

O loiro caminhou em direção ao temido Osbourne, que permanecia na mesma posição, com os braços cruzados da mesma forma e o sorriso maligno no rosto. Steven engoliu seco, porém, continuou e assim que ficou centímetros distantes de Ozzy, o professor levantou seu braço direito. Ele mantém as mãos para baixo e faz um símbolo no ar. Assim que Adler tentar falar, coloca a mão em sua garganta sentindo dor e desespero.

– Droga! Eu te avisei, Steven! – Protestou William, ouvindo as gargalhadas do temido. O ruivo bate os pés no chão e bagunça seu cabelo, irritado.

– O que você quer agora, em? – Perguntou Tyler, levantando. – Vai matar nós todos? O que ganha com isso?

– Eu felizmente estava gostando de você... Mas respondendo suas perguntas, ganho diversão e não irei matar todos vocês, porque ainda estou com fome.

– Como assim, com fome? – Pergunta Layne, levantando as sobrancelhas.

– Fome. Simples assim, lápis borrado.

– Você é canibal? – Perguntou Josh, curioso e com receio.

– Às vezes, hoje não.

– Deus... então, o que temos que fazer para curar o Duff e o Stee? – Pergunta o ruivo respirando fundo e tentando se acalmar.

– Bom... Vocês terão que fazer comida, estou com fome e preciso comer...

– Comida, a gente é empregados agora? – Pergunta Daniel encarando Ozzy. – Trouxe a gente aqui para isso?

– Vejam só... Façam suas escolhas, comida ou morte?

– Filho da mãe... – Sussurrou Kurt.

Jeffrey e Saul, votaram correndo e ofegantes gritando:

– O Duff está cada vez pior e mais pálido!

– Ele vai morrer... – Sussurra Osbourne batendo os pés no chão e rindo baixinho.

Ele entrelaçou seus dedos e colocou abaixo do seu queixo, olhando com fúria cada garoto presente ali.

Desesperados e querendo salvar Duff, se entre olharam dizendo:

– Comida!

– Dêem paz para seus pais e... sejam muito bem-vindos à escola infernal de Ozzy Osbourne.

A risada que deixavam-lhes com arrepios ecoou por todo o castelo, fazendo morcegos voarem. E o relógio marcou meia noite em ponto.







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